domingo, 26 de junho de 2011

Órgãos participantes da digestão dos lipídeos

Vários órgãos fazem parte da absorção dos lipídeos. Alguns estimulam a produção de substâncias em outros órgãos, que atuarão na facilitação da digestão das gorduras. Os principais locais por onde passam as gorduras até sua absorção completa são a boca, estômago e intestino. Órgãos auxiliares também atuam no processo de digestão pela produção de substâncias digestivas como o fígado e o pâncreas.

Boca
Na presença de lipídeos ocorre a liberação da lípase lingual, que são enzimas que quebram lipídeos, pelas glândulas serosas que se encontram na base da língua. Entretanto não há quebra (hidrólise) dos lipídeos neste momento, pois esta enzima é ativada apenas em meios ácidos como o estômago. O pH da saliva é em torno de 7.0, o que deixa esta enzima inativa. Ao chegar no estômago, a lípase é ativada pelo pH gástrico muito baixo e pode começar a hidrolisar as gorduras.

Estômago
A função principal do estômago é a digestão de proteínas e não de gorduras. De fato, apenas uma pequena parte da gordura é digerida no estômago, por meio da lípase gástrica. A maior parte da digestão de gorduras é feita no intestino.

Fígado
No fígado ocorre a produção da bile e é armazenada na vesícula biliar que também se localiza no fígado. A bile possui um pH alcalino, necessário para o correto funcionamento das enzimas pancreáticas no intestino. Ao ingerirmos gorduras a vesícula biliar se contrai excretando a bile de seu interior para o intestino delgado, onde atuará conjuntamente com o suco pancreático. Esta contração é estimulada pelo hormônio colecistocinina ou CCK.

Pâncreas
O pâncreas trabalha na digestão de gorduras por meio da liberação do suco pancreático. Esta substância possui enzimas digestivas diversas que atuam na digestão de proteínas, carboidratos e lipídeos. O suco pancreático é liberado no duodeno, local onde suas enzimas atuarão na degradação de alimentos vindos do estômago. O pH do suco pancreático está em torno de 8,5 e 9, faixa de funcionamento de suas enzimas.

Intestino delgado
No duodeno ocorre a atuação do suco pancreático e da bile, que são secretados dos seus respectivos órgãos em resposta à hormônios como a colecistocinina (CCK) e a secretina. O suco pancreático possui várias enzimas digestivas e entre elas encontra-se a lípase pancreática, responsável por hidrolisar moléculas de gordura. A bile e seus sais agem como um detergente, emulsificando as gorduras, ou seja, separando as gorduras em gotas menores para permitir o aumento da superfície de contato destas, facilitando dessa forma a ação das enzimas digestivas do pâncreas (lípases pancreáticas).

No intestino essas gotas de gorduras são hidrolisadas em monoacilgliceróis e ácidos graxos os quais são absorvidos pelos enterócitos (células do intestino), e posteriormente são transportados para as partes do corpo.

Hormônios participantes da digestão dos lipídeos

Colecistocinina (CCK)
A presença de gordura no intestino delgado estimula a produção de colecistocinina (CCK). A CCK é um hormônio gastro-intestinal que estimula a secreção pelo pâncreas de enzimas, e a secreção da bile pelo fígado estimulando a contração da vesícula biliar.

Secretina
A secretina é um hormônio que e estimula a produção de bicarbonato no fígado e pâncreas. Este hormônio é produzido no duodeno na presença de um pH baixo. O bicarbonato irá neutralizar o ácido que chega do estomago com um pH muito baixo, o que é essencial para digestão de gorduras ocorrer corretamente no intestino. Esse requisito ocorre devido à necessidade de um meio alcalino para a ativação das enzimas pancreáticas, as quais funcionam em um pH em torno de 8,5.

Post: Rafael

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