terça-feira, 21 de junho de 2011

Exercício físico



O exercício físico, principalmente, os de moderada intensidade e longa duração é um aliado importante no processo de emagrecimento, pois ajuda na obtenção de um balanço energético negativo adicionando um déficit calórico quando associado a uma dieta adequada (hipocalórica).
À medida que a pessoa perde peso, através de uma dieta hipocalórica, ela perde, além de gordura (massa gorda), musculatura esquelética (massa magra), acarretando em uma diminuição do metabolismo energético de repouso. Este que também é influenciado pela redução do efeito térmico dos alimentos devido à diminuição da quantidade total de calorias ingeridas e a menor quantidade de energia gasta nos movimentos cotidiano, como andar, pois o peso corporal é menor. A inclusão de exercícios físicos minimiza essa redução do metabolismo energético de repouso, pois auxilia na manutenção da musculatura esquelética e oferece um maior turnover de noradrenalina.
            A atividade física, após executada, mantém o organismo por um longo período com o metabolismo aumentado, auxiliando na constante mobilização e oxidação de lipídeos. Além de propiciar um aumento da atividade da enzima lípase hormônio sensível (enzima responsável pela maior mobilização de lipídios no tecido adiposo) e ao aumento da densidade mitocondrial, potencializando a capacidade destas de gerar ATP por meio da fosforilação oxidativa, ele aumenta a capacidade de oxidação de ácidos graxos livres nas células musculares.
Pesquisas indicam que o exercício físico aeróbico de intensidade moderada atenua a pressão arterial, pois restaura a sensibilidade do reflexo pressorreceptor e cardiopulmonar além de aumentar a atividade aferente pressorreceptora a variações na pressão arterial. Outro ponto de destaque é o fato da dieta associada ao exercício físico levar a uma melhora muito mais expressiva na sensibilidade à insulina do que a dieta isolada.
            O exercício físico provoca uma diminuição expressiva na atividade nervosa simpática muscular e na pressão arterial, além de promover uma melhora no fluxo sanguíneo muscular e na resposta vasodilatadora muscular, devido ao aumento da biodisponibilidade de óxido cítrico.

Colesterol e exercício físico.
            O exercício físico aeróbico estimula o melhor funcionamento dos processos enzimáticos envolvidos no metabolismo dos lipídios, ele atua no aumento da lípase lipoprotéica e lecitina-colesterol-acil-transferase e na diminuição da lípase hepática. Favorece, assim, um aumento do HDL colesterol e uma diminuição das partículas LDL, que são aterogênicas

Metabolismo dos lipídios durante a atividade física.
Durante o exercício, os principais nutrientes utilizados para obter energia são as gorduras e os carboidratos, sendo que as proteínas contribuem em menor proporção para a energia total utilizada. A capacidade de armazenamento de lipídeos no nosso corpo é bem maior e mais eficiente do que a de glicogênio, pois o carbono dos ácidos graxos encontra-se mais reduzido e, portanto, sua oxidação fornece mais energia, além de os lipídios serem hidrofóbicos e não armazenarem água, fazendo com que sejam mais leves para serem transportados e armazenados do que os polissacarídeos hidratados.

Os triglicerídeos são armazenados no tecido adiposo e no músculo. Sua quebra (lipólise), durante o exercício físico está relacionada com o aumento de catecolaminas, estas que irão estimulá-la. O fluxo sanguíneo é aumentado no tecido adiposo e no músculo, simultaneamente, a diminuição da re-esterificaçao dos ácidos graxos em triglicerídeos aumentando a disponibilidade dos ácidos graxos livres que serão utilizados pelo músculo esquelético.

            A demanda energética provocada por uma estimulação muito intensa é geralmente suprida pela degradação do glicogênio muscular. Já a demanda de uma estimulação de intensidade média por um período de tempo prolongado é suprida através de uma combinação da degradação aeróbia de glicogênio e triglicerídeos. Em casos de estimulação muito prolongada os depósitos de glicogênio não são suficientes e os triacilgliceróis assumem um papel cada vez mais significativo conforme a extensão do exercício.

            A quebra de triacilglicerol libera 3 ácidos graxos e um glicerol. Este é transformado em glicose pelo fígado que é utilizada pelo cérebro. Aquele é transportado ao músculo por meio da albumina. Nas células musculares são ativados a Acil-Co-A e transportados pela carnitina às mitocôndrias onde serão oxidados pelo processo de beta oxidação. As etapas descritas dependem de enzimas específicas e proteínas transportadoras que têm sua atividade e concentração aumentada com o transcorrer do treinamento físico, proporcionando maior eficiência na utilização dos lipídeos como substrato energético.

            A hidrólise de triacilglicerol é estimulada pela adrenalina, noradrenalina, cortisol, hormônio do crescimento (GH), leptina e epinefrina. E é inibida pela insulina que estimula o processo inverso (de lipogênese). O exercício físico promove um aumento de epinefrina que ativa os beta receptores dos adipócitos, além de estimular a enzima lípase hormônio sensível e aumentar as concentrações de adrenalina, noradrenalina e leptina. Quando associado a uma dieta com baixo valor glicêmico, que fará com que não se tenha aumento brusco da concentração de insulina no organismo criará um ambiente propício à hidrólise de lipídeos armazenados, possibilitando o emagrecimento.
Postagem: Ana Luísa Neiva Melo

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