quarta-feira, 25 de maio de 2011

Hormônios

   Esta mais do que comprovado que o tecido adiposo não serve apenas para amarzenar triglicerídeos, mas sim como órgão endócrino também. Estudar os hormônios relacionados com metabolismo e nutrição abre os campos de estudo no que se refere à obesidade, pois essa doença, assim como muitas outras, não tem como origem somente uma causa. Os fatores para acúmulo de peso podem ser culturais, psicológicos, endócrinos e muitos outros.

-Glucagon

   Proteíina produzida nas células do pâncreas (células alfa das ilhotas de Langerhans) e alguns lugares do trato gastrointestinal. Sua estrutura biologicamente ativa possui 29 aminoácidos e tem como função mais conhecida aumentar o nível de glicose no sangue, a partir da quebra do glicogêneo( reserva energética dos humanos).
  Para exercer sua função esse polipeptídeo converte ATP em AMP-cíclico numa situação de hipoglicemia, ou seja, concentração baixa de glicose no sangue e sua secreção é diminuída na presença de insulina. Isso mostra claramente os antagonismo da insulina e do glucagon.
   Um indíviduo sem alterações nos mecanismos de controle numa situação de jejum prolongado ativa a secreção do hormônio. Assim como, com a ingestão de alimentos a secreção é suprimida.




Fonte:
http://mywatchdoc.com/UserFiles/Image/glucagon.jpg
http://www.brasilescola.com/biologia/insulina-glucagon.htm


-Leptina

  É  um polipeptídeo sintetizado principalmente no tecido adiposo, composto por 167 aminoácidos e cujo gene localiza-se, nos humanos, no cromossomo 7q31. Seu pico de liberação ocorre durante a madrugada e sua ação está relacionada com o gasto energético total (GET) e regulação da ingestão de alimentos.
  Através de sua atuação em celúlas neurônais do hipotálamo, esse hormônio promove uma diminuição da ingestão de alimentos e aumento na queima calórica. Mas para isso, é necessário que haja nos órgãos-alvos receptores específcos, e eles são: ObRb ( composto por muitos aminoácidos e com grande expressão no hipotálamo) e ObRa ( composto por poucos aminoácidos e expressão maior no pâncreas).
  Vários fatores podem influenciar sua concentração plasmática. Por exemplo, a exposição ao frio pode diminuir sua concentração e estados infecciosos podem aumentar. Além disso, muitas horas sem se alimentar e atividade física intensa podem fazer com que o sistema nervoso central iniba a liberação da leptina pelas células do tecido adiposo.
  Indivíduos obesos e mulheres apresentam maior quantidade desse hormônio, pois o número de adipócitos é maior. No entanto, testes terapeûticos comprovaram que administrando ,de forma exógena, leptina em indíviduos obesos só levou a perda significativa de peso se a pessoa não apresentava hiperleptinemia ( resistência ao hormônio) muito comum em obesos, infelizmente!




-Grelina

  Novo tipo de hormônio identificado desde 1999. Essa protéina é composta por 28 aminoácidos com uma modificação no seu grupo hidroxil que é essencial para que sua função seja desempenhada, ou seja, aumento da secreção do hormônio de crescimento (GH). É sintetizado predominantemente pelas células do trato gastrointestinal e atua como ligante endógeno para o receptor do GH. Além disso, a grelina possui outras atividades importantíssimas para o metabolismo, como secreção lactotrófica e corticotrófica, influência sobre a função endocrína pancreática e metabolismo de glicose.
 Estudos feitos sugerem que a grelina está relacionada com o estímulo para iniciar uma refeição e diminuição da oxidação de gorduras, ou seja, durante um jejum a concentração desse hormônio estará alta, assim como após uma refeição sua concentração diminui significativamente. Uma curiosidade é que não é a quantidade de comida que diminui os níveis de grelina, mas sim uma refeição rica em carboidratos ( devido à elevação da insulina plasmática). Porção de alimentos rica em lipídeos e proteínas não diminuem muito a concentração do hormônio no sangue.


 


Fonte: http://seed.pr.gov.br/portals/roteiropedagogico/publicacao/6812_O_papel_dos_hormonios_leptina_e_grelina_n.pdf

Post: Giselle

domingo, 22 de maio de 2011

Doenças com maior probabilidade de ocorrência em indivíduos obesos.

         Doenças cardiovasculares
•Hipertensão

     Pesquisas indicam que as doenças cardiovasculares estão diretamente ligadas ao aumento da atividade simpática em organismos obesos. Esta é causada, principalmente, pela elevação de ácidos graxos livres, da insulina, da leptina no organismo e do sistema Renina-angiostensina-aldosterona.
     A atividade simpática é facilitadora ou estimuladora de todas as propriedades do coração, expressando-se por aumento da freqüência cardíaca, diminuição do tempo de condução átrio-ventricular, hiperexcitabilidade do tecido excito-condutor e das fibras contráteis miocárdicas, e aumento da contractilidade.
     A insulina tem efeitos tanto no sistema nervoso central quanto na terminação nervosa periférica, aumentando o tráfico de impulsos nervosos e a disponibilidade das catecolaminas na fenda sináptica. Ela eleva a liberação de adrenalina e estimula a reabsorção renal de sódio e água. A elevação no conteúdo de sódio intracelular promoveria aumento da saída de íons hidrogênio do citosol graças à atividade da bomba de sódio-hidrogênio, elevando o pH intracelular. O aumento do pH estimularia a ação de fatores de crescimento sobre células musculares lisas causando menor saída de cálcio do citosol pela diminuição da atividade da bomba de troca de cálcio e sódio. Estes eventos levariam a vasoconstricção, aumento da resistência periférica e da pressão arterial.
     A leptina eleva o tônus simpático, além de promover retenção de sódio (reduz o fluxo de sangue e aumenta a resistência vascular renal), aumentando a pressão arterial e a freqüência cardíaca.Ela também estimula a produção de óxido nítrico através da expressão de seus receptores em células endoteliais, o que justifica seu efeito vasodilatador
     O sistema Renina-angiostensina-aldosterona,quando ativado, promove aumento na pressão arterial através da maior retenção de sal pelo rim. Alguns estudos registraram que na obesidade, o angiostesinogênio, precursor da angiostensina, tinha seus níveis séricos elevados devido a sua maior síntese pelos adipócitos, o que geraria mais angiostensina II e elevação da pressão arterial. Alguns estudos tem mostrado ainda que o tecido adiposo visceral tem capacidade relativamente maior de secretar componentes do Sistema renina angiostensina. O que daria mais substrato para esse sistema, resultando numa elevação da pressão arterial facilitada.

•Aterosclerose

O aumento das lipoproteínas aterogênicas (LDL, IDL e VLDL) e a hipertensão arterial aumentam a permeabilidade da camada íntima das artérias de médio e grande calibre às lipoproteínas plasmáticas, favorecendo a retenção das mesmas no espaço subendotelial. O depósito das lipoproteínas é proporcional as suas concentrações no plasma sanguíneo. Retidas, as partículas de LDL sofrem oxidação expondo neo-epítepos (porções de macromoléculas que se ligam ao receptor dos linfócitos) e se tornam, portanto, imunogênicas. A LDL oxidada atrai moléculas de adesão leucocitária para superfície endotelial. Elas irão atrair monócitos que são induzidos por proteínas quimiotáticas para o espaço subendotelial. Lá eles se diferenciarão em macrófagos e captarão as LDL oxidadas. Os macrófagos repletos de lipídios são chamados células espumosas e são o principal componente das estrias gordurosas, lesões macroscópicas iniciais da aterosclerose. Os mediadores da inflamação causada estimulam a migração de células musculares lisas para a camada íntima. Estas irão produzir citosinas e matriz extracelular (componentes da capa fibrosa da placa aterosclerótica). As placas são formadas por capas fibrosas ricas em colágeno, núcleo lipídico rico em colesterol e células inflamatórias. O seu rompimento expõe material lipídico altamente trombogênico, levando à formação de um trombo sobrejacente. Este processo, também conhecido por aterotrombose, é um dos principais determinantes da perda da elasticidade e do estreitamento das artérias. Caso clínico conhecido como aterosclerose.

Enfarte no miocárdio.
     O enfarte agudo de miocárdio ocorre geralmente quando a obstrução de uma artéria interrompe o fornecimento de sangue a uma região do coração, causando a morte daquele pedaço de tecido que não está sendo oxigenado.




Acidente Vascular cerebral.
O AVC resulta da restrição de irrigação sanguínea ao cérebro, causando lesão celular e danos nas funções neurológicas.



       Doenças respiratórias

Apnéia do sono é uma condição grave na qual paradas respiratórias ocorrem repetidamente durante o sono. O bloqueio acontece quando os tecidos moles na parte posterior da garganta colapsam e fecham durante o sono. Flacidez dos músculos da garganta, estreitamento da via aérea, uma língua grande ou tecido gorduroso extra na garganta facilitam o bloqueio da via aérea e o surgimento da apnéia.



                                                      Doenças do trato digestório.
•Colecistopatias

Os cálculos biliares são formados pela agregação anormal de cristais de colesterol, mucina, bilirrubinato de cálcio e proteínas como a colelitiase. A sua formação em obesos, está ligada a maior saturação de colesterol na bile em relação a outros sais biliares. A hipersaturação de colesterol e a sua nucleação rápida (passagem do estado liquido para o solido) faz com que ele se transforme em cristais sólidos de monoidratos de colesterol. Estes, obstruem os ductos císticos ou hepáticos causando inflamação na vesícula biliar.

•Pancreatite.
As pancreatites agudas decorrem da ativação de enzimas pancreáticas ainda dentro do pâncreas, por um processo ainda desconhecido na sua totalidade. A partir da ativação de tripsinogênio em tripsina, inicia-se, a transformação de enzimas, antes protegidas em grânulos de zimogênio, em enzimas ativas, como a elastase, a quimotripsina e a fosfolipase A. Elas passam a agir no interior do pâncreas levando-o a um processo inflamatório agudo.



•Esteatose hepática.

A esteatose hepática (inflamação do fígado devido ao acúmulo de gordura) surge do distúrbio do metabolismo denominado resistência à insulina. O resultado é que as gorduras acumuladas no tecido adiposo em forma de lipídeos são quebradas e transformadas em ácidos graxos para a sua utilização como fonte de energia. Este excesso de ácidos graxos será captado e acumulado no fígado, como uma defesa do organismo no sentido de reduzir o acúmulo destes nos vasos sangüíneos, que leva a diversas outras doenças, como infartos cardíacos ou cerebrais.

                                                                   Neoplasias
     O câncer de mama pode estar relacionado com a obesidade, pois o aumento de colesterol é transformado em hormônios femininos. Seu excesso levaria ao desenvolvimento do câncer e pode também levar a síndrome do ovário policístico.
     O câncer coloretal associa-se à ingestão excessiva de ácidos graxos (gorduras) de origem animal e ingestão deficiente de frutas e verduras, ricas em betacaroteno e antioxidantes.

                                                                       Osteoartrose

A osteoartrose, também chamada de artrose, é um processo degenerativo articular que resulta de um processo anormal entre a destruição cartilaginosa e a reparação da mesma. Entende-se por cartilagem articular, um tipo especial de tecido que reveste a extremidade de dois ossos justapostos (unidos) que possuem algum grau de movimentação entre eles. O risco de osteoartrose, predominantemente nas articulações que suportam carga, está aumentado em todos os doentes obesos.

                                                        Diabetes tipo dois e insulina.

•Insulina.
     A insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas a partir das células β. Quando a glicemia do sangue aumenta, aumenta-se a concentração de glicose dentro das células β (ela é transportada para dentro da célula através da proteína de membrana específica Glut 2 por difusão facilitada ). O grau de metabolismo dessas células aumentará e a glicose será convertida instantaneamente em glicose-6-fosfato pela glicoquinase e entrará na via da glicólise, produzindo dois piruvatos. Estes irão para o ciclo de Crebes e em seguida ocorrerá a fosforilação oxidativa, levando a produção de muito ATP. O aumento da concentração de ATP dentro da célula fará com que o potássio que se encontra na mesma se ligue a ele. Assim, o canal de saída de potássio é fechado dando início à despolarização da célula β. Portanto, a concentração de cálcio dentro da célula aumentará. O cálcio promove a fusão de vesículas do interior das células β na membrana que liberarão a insulina por exocitose.

•Diabetes tipo dois.
     Quando a concentração de glicose no sangue é constantemente alta (fator comum em indivíduos obesos), o processo descrito acima é forçado e as concentrações de ATP dentro das células β é sempre alta, fazendo com que suas membranas fiquem muito tempo despolarizadas. Isso levará, com o passar do tempo, a uma exaustão dessas células que se tornarão lesionadas e produzirão cada vez menos quantidades de insulina. Quantidade esta, insuficiente para a concentração de glicose no sangue. Assim o indivíduo ficará com glicemia alta e resistência a insulina, quadro de diabetes melitus do tipo dois.

                                                                       Infertilidade.

     Na mulher, o aumento da insulina no sangue faz com que ocorra uma desrregularização na produção de hormônios que levará ao aumento da produção de hormônios masculinos. Estes que irão dificultar a ovulação. 

     A Obesidade também afeta a fertilidade masculina, o excesso de peso reduz o nível de testosterona e aumenta o nível de estradiol, comprometendo a produção de espermatozóides.

                                                                                            Bibliografia
    
http://departamentos.cardiol.br/dha/revista/7-2/006.pdf
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0066-782X2007001400003&script=sci_arttext
http://www.scielo.br/pdf/%0D/abem/v47n2/a03v47n2.pdf
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0066-782X2002000600012&script=sci_arttext&tlng=es
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0066-782X2007000700002&script=sci_arttext&tlng=en%C3%83%C6%92%C3%86%E2%80%99%C3%83%E2%80%9A%C3%82%C2%AF%C3%83%C6%92%C3%A2%E2%82%AC%C5%A1%C3%83%E2%80%9A%C3%82%C2%BF%C3%83%C6%92%C3%A2%E2%82%AC%C5%A1%C3%83%E2%80%9A%C3%82%C2%BD%C3%83%C6%92%C3%86%E2%80%99%C3%83%E2%80%A0%C3%A2%E2%82%AC%E2%84%A2%C3%83%C6%92%C3%A2%E2%82%AC%C2%A6%C3%83%C2%A2%C3%A2%E2%80%9A%C2%AC%C3%85%E2%80%9C
http://www.fepecs.edu.br/revista/Vol19_3art07.pdf
Livros:
- Lehninger- Princípios de bioquímica.


Postagem de Ana Luísa Neiva Melo

domingo, 8 de maio de 2011

O que é a obesidade?

A obesidade é uma doença crônica, que pode se desenvolver a partir de fatores geneticos, metabolicos, sociais,economicos e politicos . Refere-se basicamente ao acumulo de excesso de gordura corporal sendo prejudicial a saude.

A obesidade é relevante para o campo da saúde, pois está associada a varias doenças como: cardiovasculares, respiratórias, distúrbios metabólicos, aparelho digestivo, entre outras. Outro fator importante associado a essas doenças é seu impacto nas relações sociais, como por exemplo, a discriminação dos indivíduos obesos.
Aspectos sociais

As mudanças ocorridas nas ultimas décadas como a transição demográfica de desnutrição para indivíduos obesos, o aumento significativo da economia no país, os aspectos sociais e a evolução da tecnologia melhorando a qualidade de vida da população alteraram o padrão de morbi-mortalidade nas sociedades modernas. Entretanto, o aumento da mortalidade por doenças crônicas não transmissíveis ( como é o caso da obesidade) tornaram o quadro de saúde das populações um tanto quanto preocupante. Por isso, mudanças nos indicadores nutricionais como a alimentação, qualidade de vida e dos alimentos entre outros e também fatores como trabalho fora de casa, falta de atividades físicas foram avaliadas e relacionadas a obesidade.
Estatísticas Mundiais

Pesquisas feitas na Inglaterra e no Pais de Gales, em 1997, mostram um percentual de 17% e 20% para homens e mulheres, respectivamente obesos. Nos EUA, a pesquisa nacional, III National Health and Nutrition Examination Survey(NHANES III), evidenciou que 20% dos homens e 25% das mulheres eram obesos. Esses dados mostra que essa doença nao se restringe a alguns paises e esta presente em todo o mundo.
Estatísticas Brasileiras

A obesidade é um problema complexo e um dos maiores desafios de saúde pública deste século. No Brasil, os dados sobre obesidade foram obtidos pela Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição (PNSN). No Brasil,40% da população (mais de 65 milhões de pessoas) está com excesso de peso e 10% dos adultos sao considerados obesos, apresentando Índice de Massa Corporal (IMC) igual ou superior a 30kg/m2, o que mostra que o individuo esta acima do permitido.

referencias bibliograficas:
Julio Tirapegui. Nutricao fundamentos e aspectos atuais.
dados estaticos brasileiros:http://www.afh.bio.br/digest/digest4.asp


Post: Amanda

sábado, 7 de maio de 2011

Tudo sobre Obesidade

Estamos iniciando este blog com a intenção de explicar várias coisas sobre obesidade.
Ao longo do tempo serão comentados assuntos sobre metabolismo, dietas, causas, doenças, tratamentos entre outros assuntos.
Além disso temos o objetivo de descrever bioquimicamente os mecanismos que desencadeiam a obesidade.