A intervenção cirúrgica é indicada segundo os critérios estabelecidos pelo Painel de Conferência de Desenvolvimento de Consenso do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (1991). Nele incluem pacientes com um IMC maior que 40 (obesidade de grau três), pacientes com IMC maior que 35 que apresentem comorbidade cardiopulmonar grave ou diabetes severa e, ainda, pacientes que avaliados por médico experiente em matéria de tratamento da obesidade, tenham pequena probabilidade de sucesso com medidas não cirúrgicas.
O tratamento cirúrgico não envolve a remoção de tecido adiposo. Seu objetivo é reduzir o tamanho do reservatório gástrico e, em alguns casos, induzir a má absorção dos alimentos. Assim, o paciente terá a capacidade de reduzir drasticamente a quantidade de comida ingerida. O acompanhamento de médicos e nutricionistas antes e depois da cirurgia (pelo menos por dois anos) é essencial para o seu sucesso. O paciente deve seguir um monitoramento rígido sobre a sua dieta, hábitos alimentares e atividade física.
Hoje em dia, têm-se várias técnicas de cirurgia, cada qual com objetivos específicos. A tendência é substituir a via cirúrgica tradicional pela via laparoscópica (são feitos pequenos orifícios na parede abdominal por onde são introduzidas "mãos mecânicas", manipuladas pelo cirurgião), é um método novo e eficaz e por ser menos invasivo e mais preciso oferece nova perspectiva de vida aos pacientes portadores de obesidade mórbida.
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Classificação
1-Operações que reduzem a absorção intestinal dos alimentos.
· By-pass (desvio) jejunoileal:
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· By-pass jejunocolônico:
Utilizava a mesma técnica, porém restringia ainda mais a área de absorção.Também foi proibida.
2-Operações de restrição gástrica
Fazem com que uma menor quantidade de alimentos promova a saciedade por meio da redução estomacal.
· Grampeamento gástrico
Essa operação divide o estômago por meio de grampos de titânio.O segmento superior apresenta um volume menor que receberá o alimento e será responsável pela rápida sensação de saciedade.Ele é ligado ao segundo esômago por meio de um canal criado( o esôma), chegando lá o alimento passará normalmente pelo processo de digestão.
· Gastroplastia vertical com banda
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Separa o estômago em 2 compartimentos.Oprimeiro contém um espaçamento pequeno e se enche rapidamente, promovendo a saciedade.O segundo estômago recebe gradualmente e lentamente o alimento proveniente do primeiro estômago, seguindo com o processo normal de digestão. Os compartimentos são separados por uma banda gástrica que irá ser descrita a seguir.
· Banda gástrica
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Um pequeno anel de silicone que separa o estômago em dois compartimentos. Hoje em dia, utiliza-se da banda regulável, coloca-se um balão ligado ao anel que permite o seu estreitamento e o seu alargamento até o paciente se adaptar.
3-Operações que combinam a restrição gástrica com indução de “Dumping” (má absorção)
· By-pass gástrico associado a Y de Roux
O estômago é grampeado reduzindo o seu espaço para 20 ml. O intestino é desviado e preso ao novo estômago em forma de Y de Roux, reduzindo a sua capacidade de absorção e, por conseguinte, induzindo a síndrome de Dumping (mais freqüente no primeiro ano após a operação). Ela promove uma perda de peso rápida e grande (cerca de 70 a 80 por cento do peso excedente). O paciente fica limitado a se alimentar pois o excedente da comida provocará vômitos. O anel de silicone não é utilizado neste procedimento.
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4-Operações que combinam má digestão, com má absorção e restrição gástrica.
· Derivação biliopancreática:
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Foram introduzidas modificações como o switch duodenal.
· Switch duodenal:
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Um aspecto importante das cirurgias de Scopinaro e Switch duodenal é que ambas as cirurgias não restringem muito o estômago e induzem um alto efeito dumping, fazendo com que o indivíduo pós- cirúrgico possa continuar ingerindo uma grande quantidade de alimento sem engordar( a maior parte dos alimentos ingeridos não vai ser absorvida). Esse é um dos aspectos sobre os seus maiores sucessos hoje em dia.
Complicações
As taxas de mortalidade para os processos cirúrgicos em geral são relativamente baixas (menores do que um por cento). A morbidade no pós-operatório imediato (infecção de ferida operatória, deiscência, fistulas, estenose de estoma, úlceras marginais, pneumopatias e tromboflebites) situa-se em torno de 10 por cento do total de cirurgias realizadas. A banda gástrica ajustável, por ser modalidade operatória de introdução mais recente, tem menor seguimento médio, mas já permite análise dos riscos. Ela revela os índices de menores riscos (mortalidade média de 0,04 por cento).
Resultados
O esperado para o pós-operatório é de uma perda de 50 a 60 por cento do excesso de peso em relação ao pré-operatório. É também esperado que o paciente reduza o seu IMC em 10 unidades até os 24 meses pós-operatório. Conclui-se, desse modo, que a cirurgia bariátrica nas suas diversas modalidades é capaz de oferecer nova perspectiva de vida aos pacientes portadores de obesidade mórbida.
Postado por Ana Luísa Neiva Melo
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